sábado, 9 de maio de 2009

Quando anoitece...


( reprise)

Não sou boa em escrever sobre saudades.
Talvez, porque eu pare e sofra tudo de uma vez e depois encerre.
Mãe...tenho certeza que onde estás...estás bem!!!!
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aDeus

Mães não morrem
Perdem a embalagem...
E jogam a essência no ar.
Ficam nos detalhes, presente
Na cor do vestido mais usado
No gosto da fruta preferida
No papel do bom bom
No canto do sabiá,
No inicio da primavera
Mães ficam na rotina
Da receita do bolo
Do levar a escova de dente..
Do casaco, para o frio
Da hora de voltar....
Mães, sempre estarão lá
Mesmo com passos sem rastros
Mesmo figuras sem sombra...
Mesmo quando vão aDeus !.

ainda é verdadeiro...

Minha rua tem pedrinhas de brilhantes....


Páscoa ou páscoa?

( Escrevi esse texto e não publiquei. Eu faço dessas coisas....)

Eu tenho uma série infindável de defeitos, e graças a eles consigo conviver com a raça humana. Mas talvez o pior deles seja a enorme dificuldade que tenho de entender alguma datas festejadas pelos meus irmãos em fé..
Quando me pediram para escrever algo sobre a Páscoa, imediatamente, três imagens me ocuparam a mente:
JESUS - COELHO - OVO.
Já me explicaram das mais variadas forma possíveis a relação que há nesse simbolismo. Desde leigos a conceituados teólogos.
Durante quase dois anos participei de um grupo de estudos bíblicos e eles me esclareceram muitas dúvidas e acentuaram outras.
Sexta-feira Santa devo ficar triste. Porque os homens mataram Jesus. E ao mesmo tempo eles me dizem que deveria acontecer exatamente assim. Que Deus, um Ser de Infinita Bondade sacrifica o próprio filho para salvar a raça humana. Mas se foi Deus que nos fez?! Não estaria se auto corrigindo? Se é Perfeito, por quê nos fez tão tortos? E porque nos transmite um exemplo de que só nos podemos redimir por um ato de extrema violência e quer que preguemos a paz? Enquanto nos esquivamos de espinhos de peixe.
Sábado para esquecer o assunto, e como todo brasileiro que se preza, corremos as ruas a procura de ovos.
Domingo...alegria. Jesus vai para o céu. E nós nos empanturramos de chocolate e festejamos o Coelho.
Desculpem-me, sou pequena demais para escrever sobre isso. Não sou uma religiosa fanática. Mas dessa história toda há algo que respeito: “Ama o teu próximo como a ti mesmo.”
Quanto a ovos? Quanto a coelhos? Ah! Como quando tiver vontade de fazê-lo. Qualquer um dos dois. E nem por isso serei menos pecadora.
E explica para as crianças...que coelho não é galinha, mas o símbolo da fertilidade. E que não usa camisinha e é o animal mais machista que conheço...e que aquele bichinho fofinho só serve para comer, trepar e fazer os adultos mentirem.
E ainda querem que eu entenda esse mundo? Ah! Vou comer um chocolate para esquecer tudo isso.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Natureza em festa


Eu e os Sinos Roxos

O velho portão estava coberto de heras. Um dia em algum lugar li que aquelas flores roxas, parecendo sinos, eram as preferidas da rainha Elizabeth. Aqui deveriam estar as primas pobres, pois a ninguém chamavam atenção.Não que fossem feias...de um roxo vivo. mesclado ao lilás suave, desprovidas de perfume e de uma fragilidade quase irritante.
Não permitiam o toque humano. Talvez houvesse nelas sapiência.
Abrir o portão implicava em desorganizar a bela construção que, natureza-tempo havia ali construído. Não me senti com tanto poder.
Fiquei ali não sei quanto tempo. O objetivo era entrar e fotografar a velha casa em estilo gótico, perfeita para uma tela. Indiferentes a minha indecisão, os sinos roxos permaneciam imóveis. Fotografei-os e estagnei a imagem na câmera digital. Era um belo espetáculo. Belo o suficiente para mudar meus planos. Continuei a fotografar, agora detalhes, para captar nuances de cores e formas. Nesse momento um raio de luz, espalhou-se sobre elas. Por entre os ramos, o sol achou um pequeno espaço e cobriu de brilho as cores. Onde acharia eu cores para captar tanta magia?
Quantos mundos dentro de nosso mundo. Quantos pequenos espaços de vida. Lá estava eu, encantada com meu reino encantado recém descoberto.
Já não me doía mais a memória perdida. Havia novas descobertas. Seria como um parágrafo novo. O velho portão coberto de sinos roxos.
Sai de lá...sorriso aberto. Plantaria sinos roxos em mim.