Ousei...afastei um pouco a cortina. O silencio pesado e úmido que havia lá fora não era maior que o vazio de dentro. A asa quebrada ainda estava dolorida e lá fora o céu continuava o mesmo, amplo, indiferente.
O inverno estava a caminho. Na savana de pedras as leoas matavam as crias. Disputa por um espaço de sol. O mundo encolhera...
Mas, o céu estava lá...
E eu queria voar!
Abri as asas...a dor da asa partida, acentuou. Era a hora...entre a covardia e a parca coragem.
Escancarei a porta e alcei vôo.
Sentir o vento, ver o sol, não ter onde ir, apenas ir...
E me senti melhor.
E voltei. E fui. E fiquei.
Vou voar e bailar em minha poesia, até ela me possuir.
Vou me dar flores coloridas
Até que tinjam meus olhos de cores
Vou me abraçar até me sentir aconchegada
Vou fazer festa em mim
Vou me brindar
Até outra vez me achar bonita.
E quando a asa partida...sangrar.
Pousarei ao sol, até a ferida sarar.
Que morra...se preciso for
Mas, que morra em vida!
terça-feira, 28 de abril de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Algumas coisas não morrem nunca, amiga. Hibernam. Gestam.
É assim com as sementes, as amizades, o carinho, o respeito, (e as borboletas).
Tudo tem o seu tempo.
Grande abraço.
Você possui uma espécie de imã narrativo. Vai puxando a gente, como se levasse para dentro do texto, sei lá, uma sensação tão boa... Esse é o meu lugar. Paz e bem.
Postar um comentário