Tudo começava mais ou menos uns 15 dias antes ou quando não estivesse tão quente.Sacos de linhagem, uma faca e um lanche.Água não precisava levar.Lá tinha vertente.E lá íamos recolher liquens e musgos que cresciam na encosta dos morros de pedra e um musgo cinza que cobria as arvores, chamado “barba de pau”. Era o shopping natural, onde íamos buscar o material para montar a arvore de natal. Cada musgo era cuidadosamente removido e colocado no saco, pedras, algumas, com formas e cores. Feito o trabalho , comíamos o lanche, enquanto os olhos enchiam-se de verde de infinitos tons. E voltávamos exaustos e felizes.
Depois era vez dos doces. O trabalho começava cedo, uma enorme bacia de massa, e a receita mágica da Tande Illy. ( Essa sempre dava certo, embora os doces dela sempre ficassem melhores.)Pequenos pedaços de massa eram abertos sobre a mesa, e daí saltavam estrelas, corações, renas, luas e meias luas, que eram colocadas em formas especiais, feitas pelo meu bisavô, funileiro, para esse fim. De lá iam ao forno a lenha, cresciam, douravam e espalhavam no ar o cheiro de natal. Depois recobertos de glacê e açúcares coloridos ou açúcar e canela. Eram servidos na noite de natal, com copos de framboesa. ( um xarope, misturado com água, de gosto ruim, mas que naquela época, era a melhor bebida que eu já houvera provado)=Isso vale até hoje!!!!
Material para a árvore recolhido, doces prontos e começava a expectativa para a grande noite. Como eram longos os dias. Como era lenta a jornada do relógio que tiquetaqueava no final do corredor.
E finalmente chegava o dia. Banho tomado, unhas limpas, fita no cabelo, e aquela porta fechada. Só depois das 20 horas poderíamos abri-la. Vez por outra, um ruído vinha lá de dentro. Ele, Papai Noel, estava lá.
E quando finalmente a porta podia ser aberta, lá estava ela.
Na sala escura, o pinheiro verde, coberto de luzes de velas coloridas, bolas cintilantes, correntes de luz que brilhavam em mil reflexos. No chão, na estradinha que levava ao presépio, cachorros, vaquinhas, galinhas e ursos, cavalos e tigres, todo ano tinha um bichinho novo, iam render Graças ao Menino Jesus! As montanhas, com pedras e a floresta de liquens e musgos. O laguinho, com patos e um cisne e uma cegonha .
Essa imagem gravou na retina.
Então de mãos dadas, era cantado o Noite Feliz. E uma oração era rezada.
Passado o momento mágico, procurava-se o saco de presentes. Sempre coisas simples. Maravilhosas coisas simples.
Eu poderia escrever mil detalhes. Mil impressões. Mas, resumi.
Partilhar o meu NATAL, com vcs, foi a forma que encontrei esse ano de dizer:
Sejam Muito Felizes Nesse Natal!
Com carinho
Maria Helena.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
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Um comentário:
Como eram lindos os Natais simples.
Feliz Natal, amiga.
Beijos.
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